Oscar Niemeyer: um "storyteller"

Fonte: bravemw
Abaixo transcrevo trechos de uma entrevista dada pelo Niemeyer para a Folha de São Paulo em 13 de fevereiro de 1994. Tenho certeza de que ao terminarem de ler, não haverá dúvidas de que este é um exemplo sensacional da importância da narrativa contida nas marcas:
"...quando os projetos são aprovados é mais pelo texto - de arquitetura ninguém entende. O Juscelino mesmo: eu mostrava o projeto e, antes de ver, ele já dizia: formidável! Era meu amigo e tinha confiança no meu trabalho. (...) O que conta mesmo é o texto, explicado, bem feito. Na França, quando eu apresentei um projeto grande para a Renault, me lembro que o presidente da empresa prendia as plantas na parede à medida que lia o texto. Quando acabou de ler, estava aprovado. (...)  
Tem coisas que surgem de repente. Depois que tenho uma ideia, faço os croquis. Quando chego a uma solução que me agrada, chamo os técnicos do concreto para conversar, ver os problemas e começo a escrever um texto explicando o projeto. Aí, se eu começo a não encontrar muitos argumentos, é porque falta qualquer coisa. Então volto ao desenho."
E não é inquietante pensar que ELE precisa ancorar-se nas palavras para explicar, e até mesmo entender, as imagens que produz?
Quem quiser ler o texto na íntegra, é só buscar o livro "Palavra e discurso - História e literatura", página 9, da minha querida Maria Aparecida Baccega.