Jogando minha primeira garrafa no oceano

Considerando o momento em que este blog se inicia, não poderia falar de outra coisa senão minha maior inquietação dos últimos 12 meses: os anúncios veiculados em revistas pelas marcas de moda ajudam a criar um imaginário particular para elas? Existe claramente uma distinção em seus conteúdos?

Tenho tratado este assunto com muito cuidado e respeito, uma vez que, praticamente acabei de chegar neste mercado. Uma pergunta me persegue: se o modelo de comunicação permanece, deve estar funcionando, certo? Mas, uma resposta também me atormenta: funciona em qual aspecto? Poderia ser ainda mais eficaz?

Resolvi me tornar um “flanêur”, que passeia pelos anúncios tentando decifrar seus sentidos e de seus anunciantes. Ao concluir meu passeio, a primeira percepção foi a de que algumas imagens me agradavam, outras não, mas não conseguia apontar nada que as tornasse únicas ou que necessariamente me levasse a pensar em uma marca em especial. Foi assim que transformei os anúncios de moda da última década no objeto de investigação da minha dissertação de mestrado.

Neste momento, meu interesse não está voltado para as razões que levam esta marca ou aquela a produzir determinado anúncio. Estou muito interessada em como as pessoas recebem as mensagens e em quanto isso contribui para engajá-las. Tenho realizado entrevistas com profissionais e estudantes de moda e, em breve, pretendo publicar aqui minhas primeiras conclusões.

Por enquanto, me sinto jogando no oceano uma carta dentro de uma garrafa. Espero que alguém a encontre e converse comigo a respeito do pensa disso.