Limoges: o objeto não-material de Bertrand Fèvre

Em post de ontem, apresentei a preocupação do Studio Bo Reudler com a mistura do tangível e do intangível em seu trabalho.
Hoje, trago outra demonstração da mesma procupação "Ceci n´est pas" by Bertrand Fevre
Bertrand Fèvre ganhou com esta obra o primeiro prêmio no "International Creation of Limoges Porcelain".
Limoges (França), além de ser patrimônio mundial da UNESCO, faz parte do imaginário das porcelanas, sejam contemporâneas ou herança de família. Peças de matéria-prima exclusiva da região, produzidas por artesãos através de técnicas milenares. Tradição iniciada no século XIX.
O interessante na declaração do artista a respeito de sua proposta foi reconhecer a porcelana de Limoges como uma indústria onde o homem ocupa a posição central, antes de ser uma forma de arte. Isto é design, não? 
A escolha por não utilizar uma só peça, mas "fatiá-la" em 33 pedaços, foi feita para explicitar as dualidades presentes. Simples objeto de nosso cotidiano com tamanho monumental. O preenchido e o vazio deste móbile, em igual importância, evocam o trabalho manual, a matéria-prima, a história, a tradição, o invisível, o inefável, o objeto não-material. (parte do texto é tradução livre de sua declaração) 
Monumental e delicado. Sensível demais!