Foi a transformação no comportamento do consumidor que propiciou o aparecimento das mídias sociais e não o contrário


Como profissional de Marketing e alguém que aproveita a diversão oferecida pela tecnologia, dentro do possível, acompanho o que está sendo publicado a respeito do consumidor 3.0, mídias sociais e boas estratégias para tudo isso. Já há algum tempo algo me incomodava, mas não tinha parado para refletir a respeito. Até que me deparei com a charge acima.

Eu mesma coloco aqui informações atualizadas sobre esse fenômeno. Mas, sinto falta de ler a respeito de reflexões sobre as transformações sociais que permitiram que a tecnologia se tornasse um fenômeno.

Acredito fortemente que Orkut, Facebook ou Linkedin não teriam sido esse sucesso se não tivessem surgido no momento em que o comportamento do consumidor estivesse mudando: eles são as ferramentas ideais para aqueles que desejam exercer publicamente seu papel no processo comunicacional. Digo publicamente, porque vários pensadores contemporâneos do campo da Comunicação escrevem há tempos a respeito do envelhecimento da idéia de um receptor passivo que deixa seu cérebro ser dominado pela comunicação de massa, independente de tornar público este exercício. Cito aqui apenas um exemplo, Maria Aparecida Baccega, minha querida professora do mestrado na ESPM.

Da mesma forma que a primeira fase da internet criou a famosa bolha por não ter percebido que os negócios devem fazer sentido primeiro na vida real, as relações humanas devem também ser compreendidas na sua complexidade, antes de nos levarmos pela voracidade de estarmos atualizados sobre infográficos, estatísticas e receitas de como gerar mais reações, tweets, retweets...

O papel do profissional de Marketing atualizou-se no sentido de utilizar estas novas fontes de informação, assim como, no de considerar este fenômeno na hora de planejar seus pontos de contato. A sua essência, na minha opinião, continua sendo a da responsabilidade por captar os sinais do mundo durante as 24 horas dos 7 dias da semana, processar esta “matéria-prima” e devolvê-la em forma de produto, preço, comunicação, distribuição e respeito aos seus consumidores e à sociedade.