Apurando o olhar com Rubens Beghini: O samba de Calcanhotto

A veia sambista de Adriana Calcanhotto surgiu em 2006 ao compôr duas canções para Marisa Monte. Inicialmente, ela não comporia para o disco da cantora “Universo ao meu redor” dedicado ao samba, mas sim para “Infinito Particular” lançado em conjunto na mesma época, com uma abordagem musical voltada para MPB. Porém, Marisa Monte propôs que ela também compusesse sambas e assim nasceram as canções “Vai saber” e “Beijo sem”. A primeira foi gravada por Marisa Monte e a segunda por Teresa Cristina (em dueto com Marisa Monte). A partir daí, Adriana Calcanhotto sentiu-se atraída pelo samba e resolvendo dedicar um disco composto essencialmente por este ritmo, nasceu “O micróbio do samba”.
Sem deixar seu estilo de lado, Calcanhotto apresenta sambas minimalistas, buscando novas sonoridades (tendo inclusive um flerte com o fado) com letras que homenageiam um dos estilos mais predominantes da MPB. Os temas das canções inserem sempre a mulher no mundo malandro do samba e da Lapa. Com participações de Rodrigo Amarante, Moreno Veloso, Davi Moraes e produção de Domenico Lancelotti, o disco “O Micróbio do Samba” apresenta mais uma faceta da cantora. Entre suas renovações, podemos relembrar o projeto infantil Adriana Partimpim, a participação como compositora na campanha presidencial de Marina Silva e agora seu disco “Micróbio do Samba”, que a apresenta como uma nata sambista da Lapa.